sexta-feira, 25 de abril de 2014

O Deputado Vilalba proferiu ontem dia 24, na tribuna da Câmara dos Deputados o discurso sobre Mobilidade Urbana-VLT/PE

PRONUNCIAMENTO DO DEPUTADO VILALBA-PP/PE, EM, 24 DE ABRIL DE 2014.
Foto: Douglas - Deputado Vilalba
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Venho hoje a esta tribuna para tratar de uma das questões mais relevantes dos nossos dias: a mobilidade urbana.
Com a expansão de nossas áreas urbanas, os deslocamentos cotidianos foram-se tornando cada vez mais difíceis e demorados. Nas grandes cidades brasileiras, trabalhadores chegam a gastar quase quatro horas de seu dia no trajeto entre suas residências e os respectivos locais de trabalho, o que lhes rouba tempo de lazer, descanso e convivência familiar.
Trata-se de uma situação insustentável, que tem movido os governantes na busca de soluções que ofereçam à população maior conforto em suas necessidades de transportes. Entre essas soluções, destaca-se a adoção, em várias capitais brasileiras, do veículo leve sobre trilhos (VLT), que é uma espécie de trem ou comboio urbano e suburbano de passageiros, movido a diesel, cujo equipamento e infraestrutura é tipicamente mais “leve” que a usada normalmente em sistemas metroviários subterrâneos.
Pernambuco, Estado que represento nesta Casa, não é uma exceção, Senhoras e Senhores. O crescimento da região metropolitana de Recife, aliado às demandas decorrentes da escolha da cidade como uma das sedes da Copa do Mundo deste ano, fez com que se decidisse pela implantação de um projeto de VLT.
Note-se que o transporte sobre trilhos não é uma novidade para o pernambucano. Há cem anos atrás, os bondes elétricos apareceram nas ruas da cidade de Recife e permaneceram como principal meio de transporte de massa por cerca de 40 anos. Mesmo depois de serem substituídos pelos ônibus urbanos, uma malha férrea continuou seguindo desde a capital até a cidade de Cortês, tendo sido desativada há aproximadamente três anos.
A desativação prejudicou aproximadamente 400 mil pessoas de oito Municípios, sendo 200 mil trabalhadores que gastam diariamente com transporte R$25,00. Atualmente, há uma linha férrea que circula até Cabo de Santo Agostinho, porém, para satisfazer a demanda, é necessário estender esse percurso em, pelo menos, 50 quilômetros, sendo 28 até Escada e mais 22 até Ribeirão. Com a implantação do VLT nesse percurso, milhares de trabalhadores serão beneficiados e passarão a ter, com seu transporte diário, um custo de apenas R$3,20.
Além das já mencionadas cidades de Cabo de Santo Agostinho (Bairro Charneca), Escada (Distrito de Frecheira) e Ribeirão, o projeto do VLT também irá servir às localidades de Amaraji, Primavera, Cortês, Gameleira e Joaquim Nabuco, sendo que, nos três últimos casos, a população deverá deslocar-se para embarcar em Ribeirão. Beneficiará, ainda, a
zona rural desses municípios, a Usina União Indústria e Vila Aripibú, abrangendo todos os trabalhadores que viajam das referidas cidades e distritos para trabalharem na região metropolitana de Recife.
E todas essas vantagens, Senhoras e Senhores, não terão um custo muito elevado! A implantação do VLT não demanda a construção de uma nova linhas férrea, bastando aproveitar a linha existente, mediante reforma e manutenção. A bitola do veículo é compatível com a da linha férrea existente e os dormentes são de concreto armado.
Registre-se, a propósito, que a referida linha já foi cedida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos em Pernambuco (CBTU/PE) para a Transnordestina, antiga Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), que obteve a concessão da Malha Nordeste, quando da extinção da Rede Ferroviária Federal S.A. (REFESA).
Outro ponto a ser registrado é o fato de a Transnordestina ter entrado com ação na Justiça para desapropriar 120 famílias que residem há mais de 30 anos no Distrito de Frecheiras, Município de Escada, visando à construção de novo trecho ferroviário. A população da região ficou sensibilizada, revoltada e disposta a se mobilizar em defesa das famílias de Frecheiras. Com o aproveitamento da linha férrea existente, cedida pela CBTU/PE, torna-se desnecessária a desapropriação.
Como se já não bastassem tantos benefícios para Pernambuco, desafogando o trânsito e evitando acidentes diários e fatais na BR-101, o projeto do VLT vai gerar empregos em nossa região, tendo em vista que os veículos utilizados são de fabricação nacional e, mais ainda, nordestina! Não podemos, portanto, deixar de hipotecar nosso apoio a esse importante projeto.
Era o que tínhamos hoje a dizer. Muito obrigado.

Ascom Brasília

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