Quarta, 20 Julho 2011 02h01
BRASÍLIA (AE) - O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, afirmou, ontem, que aguarda até amanhã um desfecho sobre seu destino, entregue às mãos da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele aparentava ter poucas esperanças de ficar no cargo. Pagot deveria ter sido afastado no dia 4, mas tirou férias e a presidente ficou sem saber o que fazer.
“Por enquanto, não falo nada. Vou esperar até quinta-feira”, disse Pagot, num primeiro momento. “Vamos aguardar, vamos aguardar os acontecimentos”, numa rotina de não entrevistas que ele adotou desde que viu seu cargo ameaçado. Enquanto isso, Pagot tem conversado todos os dias com seu padrinho, o senador Blairo Maggi (PR-MT), que na semana passada pediu à presidente Dilma Rousseff que definisse logo o destino do diretor do DNIT.
Em dois depoimentos no Senado e na Câmara, na semana passada, Pagot discorreu sobre o funcionamento do DNIT, falou que a autarquia apenas executa projetos, não os formula, reconheceu irregularidades na autarquia e disse ter esperanças de ficar no cargo. Admitiu, entretanto, que seu destino está nas mãos das presidente Dilma Rousseff. E a presidente da República já avisou que vai demitir Pagot, apesar da pressão do grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o diretor continue à frente do órgão.
Ontem, o senador Blairo Maggi (PR), admitiu que Pagot não tem mais “condições políticas“ de permanecer no cargo. “Por maior capacidade técnica e de trabalho que tenha o Pagot, não vejo condições políticas para a continuidade dele à frente do órgão’’, disse. Blairo negou que a crise na pasta dos Transportes vá alterar seu posicionamento em relação ao Governo. “A minha posição não é de mudança de postura ou de ir para oposição. A presidente tem que ter autonomia de montar uma nova equipe, sem contemporizar com aliado’’, afirmou.
Já o O diretor de Infraestrutura do DNIT, Hideraldo Caron, evitou falar de seu eventual afastamento do cargo e reiterou que está trabalhando. Caron também deixou de comentar suspeitas que surgiram contra ele em meio à crise da área dos Transportes. “Não tem denúncia nenhuma porque não tem denunciante”, ressaltou. Ao final, ao responder a mais uma pergunta sobre o que acha de sua permanência, repetiu: “não acho nada, estou trabalhando”.
Folha de Pernambuco
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