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Foto relacionada à mesma matéria no site do site Cruzeiro do Sul
Torta
II será removido graças a acordo com empresa.
A retirada do material
radioativo (conhecido como Torta II) depositado em um sítio do bairro rural do
Botuxim entre os anos de 1975 e 1981 tem início previsto para o final de
novembro deste ano. Isso será possível graças a um acordo assinado entre a INB
(Indústrias Nucleares do Brasil) e a empresa Global Green Energy Science
Technology, que prevê a exportação de quase 16 mil toneladas do resíduo.
Uma visita à área do
depósito aconteceu na manhã desta terça-feira, dia 22 de outubro, e contou com
a presença do prefeito de Itu, Antonio Tuíze, do gerente do Projeto Botuxim da
INB, Valter José Gomes Mortágua, de técnicos da INB Osmar Pinto (radioproteção)
e Daniela Mello (química), além de outras autoridades e secretários municipais.
De acordo com Mortágua,
após dois anos da retirada do material radioativo, a área poderá estar liberada
para qualquer atividade humana. A operação seguirá todas as normas de segurança
e foi devidamente autorizada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e
o processo todo deve levar aproximadamente 12 meses.
Em Itu, 3,5 mil toneladas
de Torta II estão armazenados em silos de concreto Além do
armazenamento em Itu, há material semelhante em maior quantidade no município
de Caldas (MG), onde funcionou a primeira unidade de mineração e beneficiamento
no Brasil e ainda um pequeno depósito na capital paulista. Nas três
localidades, a retirada da Torta II é uma antiga reivindicação popular.
Torta II, popularmente chamado pelos
ituanos de "Lixo Atômico", é o material resultante de
processos industriais realizados desde a década de 1940, pela antiga usina de
Santo Amaro (SP), na exploração das areias monazíticas para a produção de
compostos de terras-raras. Trata-se de material que contém pequena quantidade
de urânio (em média 0,9%), tório (22%), entre outros componentes.
DEPUTADO DIZ QUE GOVERNO NÃO AUTORIZOU A RETIRADA
DE MATERIAL RADIOATIVO DO BAIRRO BOTUXIM
Postado em:30 out 2013
Postado em:30 out 2013
José Olímpio alegou se tratar de uma “jogada
política” do prefeito. Vereador Olavo Volpato alegou que esperava mais
consideração da Prefeitura.
Após a Prefeitura
divulgar nesta semana, a retirada do lixo atômico do bairro Botuxim, na tarde
de ontem (25), o PERISCÓPIO foi procurado pelo Presidente da Comissão de Minas
e Energia, o Deputado Federal ituano, missionário José Olímpio (PP), para
questionar a ação da Prefeitura juntamente com a empresa responsável INB
(Indústria Nucleares do Brasil). Segundo o parlamentar, o processo de retirada
é uma ação que depende exclusivamente da aprovação do Governo Federal e que o
anúncio feito pelo prefeito Antonio Tuíze, nada mais foi que uma “jogada
política”.
O material radioativo,
denominado Torta II, armazenado no Sítio São Bento entre os anos 1975 e 1981,
no bairro do Botuxim, há cerca de dez anos tem despertado a preocupação do
ex-prefeito e atual vereador Olavo Volpato que, após voltar a assumir um cargo
político, não dispensou críticas ao descaso do poder público quanto ao material
altamente perigoso esquecido há mais de 30 anos na cidade de Itu. Como
vereador, Volpato citou diversas vezes durante seus discursos na tribuna da
Câmara, a necessidade emergencial de resolução do problema. Sempre evidenciando
a sua vontade de retirar o lixo atômico por uma questão de segurança pública.
Surpreso, o vereador disse ao JP que esperava mais consideração por parte da
Prefeitura. “Por duas vezes já tentaram tirar esse lixo daqui. Uma o Aureliano
Chaves, na gestão do Piunti e outra na Era Collor, agora será a terceira vez.
Cheguei a falar com o ex-prefeito Herculano Passos no passado e ele falou que
não era bom mexer lá. Acho que merecia um pouco de consideração por parte da
prefeitura. O INB disse que vai fazer o serviço, mas o governo federal não se
manifestou sobre o assunto”.
Trabalho árduo:
Volpato, no início deste
ano, conseguiu que o Deputado Federal ituano, José Olimpio, membro da Comissão
de Minas e Energia abraçasse a causa e recorresse aos órgãos Federais para
solucionar o caso e retirar o material de Itu. Nesta sexta-feira (25), o
deputado ituano se disse surpreso com a atitude da Prefeitura. “Também fiquei
surpreso com a notícia dada pela Prefeitura. Como a empresa se compromete a
fazer algo sem autorização do governo? Não adianta fazer promessas. Para
retirar esse material radioativo é necessário a autorização do Governo Federal.
Estou acompanhando de perto todo o processo, fizemos abaixo-assinado, que já
tem mais de 3 mil assinaturas, para mostrar ao governo que os ituanos não
querem mais esse lixo aqui”, ressalta o deputado.
José Olímpio ressaltou
ainda que a Mesa Redonda, marcada para o próximo dia 7 de novembro, no Secom
(Sindicato dos Empregados do Comércio de Itu) está mantida. “Vamos reunir
deputados federais capacitados que virão para discutir o assunto, inclusive
tentamos marcar várias vezes reunião para conversar sobre isso com o prefeito
Tuize e não fomos recebidos, e posso dizer que o Governo Federal não liberou
para que seja mexido em nada lá. Pergunte para a empresa se eles podem fazer
isso sem autorização federal?”, indaga José Olimpio.
O deputado também
questionou o conteúdo do texto divulgado pela Prefeitura, o qual diz que desde
o início do ano o Prefeito Tuíze vem mantendo contatos com representantes do
INB. “Nós fizemos o projeto sair da Câmara de Itu no início do ano, levamos
para Brasília, estamos trazendo pessoas capacitadas ajudar a resolver o
assunto. A prefeitura nunca divulgou nenhuma informação sobre o assunto. Agora,
pouco antes da realização da reunião pública vem dizer que está tudo
encaminhado. Foi para tentar impedir a audiência. Nesses anos todos, a
prefeitura nunca fez nada sobre o caso. Querem tirar a legitimidade do
projeto”, disse o deputado.
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