quinta-feira, 14 de novembro de 2013

MATERIAL RADIOATIVO DO BOTUXIM COMEÇA A SER RETIRADO EM NOVEMBRO

Foto relacionada à mesma matéria no site do site Cruzeiro do Sul


Torta II será removido graças a acordo com empresa.

A retirada do material radioativo (conhecido como Torta II) depositado em um sítio do bairro rural do Botuxim entre os anos de 1975 e 1981 tem início previsto para o final de novembro deste ano. Isso será possível graças a um acordo assinado entre a INB (Indústrias Nucleares do Brasil) e a empresa Global Green Energy Science Technology, que prevê a exportação de quase 16 mil toneladas do resíduo.

Uma visita à área do depósito aconteceu na manhã desta terça-feira, dia 22 de outubro, e contou com a presença do prefeito de Itu, Antonio Tuíze, do gerente do Projeto Botuxim da INB, Valter José Gomes Mortágua, de técnicos da INB Osmar Pinto (radioproteção) e Daniela Mello (química), além de outras autoridades e secretários municipais.

De acordo com Mortágua, após dois anos da retirada do material radioativo, a área poderá estar liberada para qualquer atividade humana. A operação seguirá todas as normas de segurança e foi devidamente autorizada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o processo todo deve levar aproximadamente 12 meses.

Em Itu, 3,5 mil toneladas de Torta II estão armazenados em silos de concreto Além do armazenamento em Itu, há material semelhante em maior quantidade no município de Caldas (MG), onde funcionou a primeira unidade de mineração e beneficiamento no Brasil e ainda um pequeno depósito na capital paulista. Nas três localidades, a retirada da Torta II é uma antiga reivindicação popular.

Torta II, popularmente chamado pelos ituanos de "Lixo Atômico", é o material resultante de processos industriais realizados desde a década de 1940, pela antiga usina de Santo Amaro (SP), na exploração das areias monazíticas para a produção de compostos de terras-raras. Trata-se de material que contém pequena quantidade de urânio (em média 0,9%), tório (22%), entre outros componentes. 

    

DEPUTADO DIZ QUE GOVERNO NÃO AUTORIZOU A RETIRADA DE MATERIAL RADIOATIVO DO BAIRRO BOTUXIM 
Postado em:30 out 2013

José Olímpio alegou se tratar de uma “jogada política” do prefeito. Vereador Olavo Volpato alegou que esperava mais consideração da Prefeitura.

Após a Prefeitura divulgar nesta semana, a retirada do lixo atômico do bairro Botuxim, na tarde de ontem (25), o PERISCÓPIO foi procurado pelo Presidente da Comissão de Minas e Energia, o Deputado Federal ituano, missionário José Olímpio (PP), para questionar a ação da Prefeitura juntamente com a empresa responsável INB (Indústria Nucleares do Brasil). Segundo o parlamentar, o processo de retirada é uma ação que depende exclusivamente da aprovação do Governo Federal e que o anúncio feito pelo prefeito Antonio Tuíze, nada mais foi que uma “jogada política”.

O material radioativo, denominado Torta II, armazenado no Sítio São Bento entre os anos 1975 e 1981, no bairro do Botuxim, há cerca de dez anos tem despertado a preocupação do ex-prefeito e atual vereador Olavo Volpato que, após voltar a assumir um cargo político, não dispensou críticas ao descaso do poder público quanto ao material altamente perigoso esquecido há mais de 30 anos na cidade de Itu. Como vereador, Volpato citou diversas vezes durante seus discursos na tribuna da Câmara, a necessidade emergencial de resolução do problema. Sempre evidenciando a sua vontade de retirar o lixo atômico por uma questão de segurança pública. Surpreso, o vereador disse ao JP que esperava mais consideração por parte da Prefeitura. “Por duas vezes já tentaram tirar esse lixo daqui. Uma o Aureliano Chaves, na gestão do Piunti e outra na Era Collor, agora será a terceira vez. Cheguei a falar com o ex-prefeito Herculano Passos no passado e ele falou que não era bom mexer lá. Acho que merecia um pouco de consideração por parte da prefeitura. O INB disse que vai fazer o serviço, mas o governo federal não se manifestou sobre o assunto”.

Trabalho árduo:
Volpato, no início deste ano, conseguiu que o Deputado Federal ituano, José Olimpio, membro da Comissão de Minas e Energia abraçasse a causa e recorresse aos órgãos Federais para solucionar o caso e retirar o material de Itu. Nesta sexta-feira (25), o deputado ituano se disse surpreso com a atitude da Prefeitura. “Também fiquei surpreso com a notícia dada pela Prefeitura. Como a empresa se compromete a fazer algo sem autorização do governo? Não adianta fazer promessas. Para retirar esse material radioativo é necessário a autorização do Governo Federal. Estou acompanhando de perto todo o processo, fizemos abaixo-assinado, que já tem mais de 3 mil assinaturas, para mostrar ao governo que os ituanos não querem mais esse lixo aqui”, ressalta o deputado.
José Olímpio ressaltou ainda que a Mesa Redonda, marcada para o próximo dia 7 de novembro, no Secom (Sindicato dos Empregados do Comércio de Itu) está mantida. “Vamos reunir deputados federais capacitados que virão para discutir o assunto, inclusive tentamos marcar várias vezes reunião para conversar sobre isso com o prefeito Tuize e não fomos recebidos, e posso dizer que o Governo Federal não liberou para que seja mexido em nada lá. Pergunte para a empresa se eles podem fazer isso sem autorização federal?”, indaga José Olimpio.


O deputado também questionou o conteúdo do texto divulgado pela Prefeitura, o qual diz que desde o início do ano o Prefeito Tuíze vem mantendo contatos com representantes do INB. “Nós fizemos o projeto sair da Câmara de Itu no início do ano, levamos para Brasília, estamos trazendo pessoas capacitadas ajudar a resolver o assunto. A prefeitura nunca divulgou nenhuma informação sobre o assunto. Agora, pouco antes da realização da reunião pública vem dizer que está tudo encaminhado. Foi para tentar impedir a audiência. Nesses anos todos, a prefeitura nunca fez nada sobre o caso. Querem tirar a legitimidade do projeto”, disse o deputado.


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