Na posse de Crivella, Dilma chora e defende política de coalizão
Presidente lamentou a saída de Luiz Sérgio do Ministério da Pesca.
'Infelizmente', às vezes é preciso 'prescindir' de algumas pessoas, disse.
A presidente Dilma Rousseff chorou ao lamentar, nesta sexta-feira (2), durante cerimônia de posse de Marcelo Crivella no Ministério da Pesca,
a saída de Luiz Sérgio de sua equipe de ministros. Ela defendeu a
existência de alianças e coalizões políticas como "essência para que o
Brasil seja administrado" e disse que, "infelizmente", às vezes é
preciso "prescindir" de algumas pessoas no governo.
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"Luiz Sérgio, você foi e é um amigo e um parceiro que compreende a
natureza de um governo de coalizão assim como a dedicação que a política
muitas vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país", disse
a presidente.
Luiz Sérgio, você foi e é um amigo [...] que compreende a natureza de
um governo de coalizão assim como a dedicação que a política muitas
vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país."
Dilma Rousseff
Crivella é apontado como uma indicação estratégica para aproximar o
governo do setor evangélico. Ex-integrante da bancada evangélica no
Congresso, ele assume o único ministério do PRB, seu partido, em
substituição a Luiz Sérgio,que, sob Dilma, já havia ocupado a pasta das
Relações Institucionais.
"A história recente do Brasil, de afirmação da democracia [...], tem
sido marcada pelo exercício do poder por meio de alianças e coalizões
politicas. Nisso o meu governo não é diferente. Esse é um país
extremamente complexo, múltiplo e democrático. Assim sendo, a
constituição de alianças políticas é essência para que o Brasil seja
administrado, para que o Brasil seja governado de forma democrática e,
ao mesmo tempo, que o governo represente os interesses da nação", disse
Dilma.
A presidente ainda disse que Luiz Sérgio tem sua "gratidão", seu
"respeito", sua "admiração" e sua "amizade". Eleito deputado federal
pelo Rio de Janeiro, ele volta a ocupar seu cargo na Câmara.
'Lealdade'
Após a cerimônia de posse, Luiz Sérgio afirmou que a "emoção de Dilma" tem um significado importante e garantiu que continuará leal ao governo apesar de ter sido demitido do comando da Secretaria da Pesca.
Após a cerimônia de posse, Luiz Sérgio afirmou que a "emoção de Dilma" tem um significado importante e garantiu que continuará leal ao governo apesar de ter sido demitido do comando da Secretaria da Pesca.
"Essa emoção para mim significa muito. Significa que houve uma
consideração e um reconhecimento pelo meu trabalho e pela minha lealdade
com o governo", disse.
O ex-ministro, que agora reassumirá o cargo de deputado federal,
minimizou o fato de ter sido "sacrificado" em prol da entrada do PRB no
ministério. "Na busca da composição, muitas vezes é preciso substituir
pessoas de quem gostamos, de quem estávamos gostando do trabalho. Então,
eu continuo no governo, na Câmara, como deputado, e a presidenta Dilma
pode contar comigo em qualquer situação", afirmou.
'Minhoca no anzol'Após o anúncio da mudança
ministerial, na última quarta-feira, o novo ministro foi criticado por
não conhecer o setor que irá comandar. Em seu discurso na cerimônia de
posse, Crivella disse que não quer que a presidente fique "triste" por
ter um ministro que "não é um especialista e não sabe colocar minhoca
num anzol". "Mas colocar minhoca no anzol a gente aprende rápido. Pensar
nos outros é que é difícil", disse.
"Acho que, de fato, o senador Crivella tem toda razão. A gente aprende a
colocar a minhoca no anzol, o que é difícil de aprender é, de fato,
governar para todos os brasileiros e para todas as brasileiras. Esse
país, afinal de contas, levou alguns séculos para respeitar todos os
cidadãos brasileiros", respondeu a presidente. "Tenho certeza que o
Crivella vai acrescentar muito às nossas minhocas colocadas no anzol."
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José AlencarA presidente também citou o vice do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Alencar, morto no ano
passado vítima de um câncer. "O Zé honrou o PRB, do qual foi um dos
fundadores, dignificou o governo ao qual ele pertenceu e com quem eu
tive a honra de conviver. Engrandeceu a nossa nação, deixou um exemplo
de abnegação e de amor tanto à atividade política, mas sobretudo uma
homenagem à vida que deve inspirar cada um de nós", disse.
"O PRB de José Alencar e do ministro Crivella não podia ficar fora do meu governo. Na verdade, o PRB está apenas voltando."
G1
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