Jovem de 15 anos é morto durante tiroteio com militares no Complexo da Penha
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
27/12/2011 | 07h32 | Rio
Um jovem de 15 anos morreu na noite de ontem (26) depois de ser
baleado em troca de tiros envolvendo militares do Exército e criminosos
no Complexo da Penha, na zona norte da cidade do Rio. O conjunto de
favelas, assim como o vizinho Complexo do Alemão, está ocupado por 1,8
mil homens do Exército desde novembro de 2010.
Segundo o coronel Malbatan Leal, chefe da comunicação social da Força
de Pacificação que atua nos dois conjuntos de favelas, militares faziam
uma patrulha de rotina na localidade do Mirante da Chatuba, quando
avistaram três pessoas em atitude suspeita.
De acordo com ele, os militares tentaram abordar os suspeitos, mas
eles fugiram e começaram a atirar contra a patrulha. “O comandante dessa
patrulha determinou que eles parassem. Isso não ocorreu. Ele realizou
disparos de advertência para poder intimidar o pessoal. Mesmo assim,
eles não obedeceram e continuaram [a atirar]. A partir daí começaram os
disparos de autoproteção [por parte dos militares] contra a ameaça”,
disse o coronel.
Baleado durante o tiroteio, o jovem de 15 anos, identificado como
Abraão da Silva, chegou a ser socorrido por uma ambulância do Exército e
levado ao Hospital Getúlio Vargas, mas acabou morrendo. Nenhuma arma ou
droga foi apreendida com a vítima.
Mesmo com os 13 meses de ocupação dos complexos do Alemão e da Penha,
que, segundo o governo do estado do Rio, pacificou os conjuntos de
favelas, os militares ainda têm enfrentado homens armados. Em setembro,
um grande tiroteio assustou moradores dessas comunidades. Em novembro,
um militar ficou ferido depois de ser atacado por criminosos.
Segundo o coronel Malbatan Leal, houve avanços no controle da
criminalidade nos dois complexos, mas os conjuntos de favelas ainda não
estão “pacificados”. “Ao longo de um ano, muita coisa melhorou. O
cenário mudou completamente em relação ao que era. Hoje patrulhamos
todas as áreas, o que antes não acontecia. Mas seria leviandade de nossa
parte dizer que está pacificado. Não está. Tanto é que ainda ocorrem
situações como as que aconteceram”, disse o coronel.
Os complexos do Alemão e da Penha foram ocupados por determinação do
governo fluminense, com o objetivo de instalar uma Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) nessas áreas. A previsão inicial era que a UPP fosse
implantada em outubro deste ano. Mas o governo fluminense decidiu, com
apoio do governo federal, manter o Exército na região até junho do ano
que vem.
Da Agência Brasil
Diário de Pernambuco
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