quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mãe e bebê que estava desaparecido recebem alta de hospital no Recife


Eles estão bem e vão ficar na casa de uma tia paterna da criança, no Cabo.
Nove pessoas já foram ouvidas e o inquérito deve ser concluído em 10 dias.

O recém-nascido que desapareceu do Hospital Barão de Lucena (HBL), que faz parte da rede pública estadual, na última segunda-feira (14), no Recife, recebeu alta na manhã desta quarta (16), segundo nota divulgada pela unidade de saúde. O bebê, do sexo masculino, tomou vacinas, fez o teste do pezinho e está sendo amamentado normalmente pela mãe, que também teve alta. Eles vão ficar na casa de uma irmã do pai da criança, em Ponte dos Carvalhos, bairro do Cabo, no Grande Recife.

Claudete Maria Fagundes, mãe do bebê, disse que ficou desesperada quando não viu a criança. "Ninguém mais põe a mão no meu filho", afirmou nesta manhã, ao deixar o hospital. Ela tem outro filho, que é criado pela avó.

Elias Fernandes Barros, pai do recém-nascido, trabalha como ajudante de pedreiro. "Eu queria um filho para fazer um casal, porque eu tenho uma menina de 3 anos", disse. Perguntado sobre as mensagens de celular que teria trocado com a companheira e que a polícia investiga, ele disse que "era a Justiça que tinha que resolver".

Além dos pais, o inquérito já conta com o depoimento de nove pessoas que foram ouvidas durante a madrugada da terça (15), entre funcionários e pacientes do hospital. "É difícil imaginar que alguém que passou três horas conversando com a mãe é um estranho. Ela [a mulher que levou a criança] saiu do hospital com a bolsa atravessada e as mãos livres. Não tinha como o vigilante adivinhar que tinha um bebê ali. Em 53 anos, isso nunca aconteceu aqui no hospital", afirmou a diretora do HBL, Cláudia Miranda.

A criança nasceu às 7h da segunda-feira (14) e, no início da tarde, foi transferida para um apartamento do hospital, com os pais. A suspeita de ter levado o bebê da enfermaria do HBL, encontrada no início da tarde da terça, já está presa na Colônia Penal Feminina do Recife.

Em depoimento à polícia, a acusada negou ter sido um sequestro e disse que levou a criança com o consentimento da mãe. “Ela [a mãe] me deu a criança. Disse que já era o terceiro que estava dando e que esse ela não queria, ia abortar, só não abortou por causa do companheiro, que não deixou", disse, em entrevista à TV Globo, na última terça.
Segundo a delegada Kelly Luna, a mãe afirma que não deu nem vendeu a criança. "A mãe pode responder por alguma omissão, falta de cuidado. Até porque a criança ficou em situação de risco, no dia em que nasceu, saiu do hospital sem alta. A mãe foi omissa, porque a criança estava sob a responsabilidade dela e ela deixou aos cuidados de uma pessoa que ela não sabia nem o nome", afirma. A Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) acionou o Grupo de Operações Especiais e instaurou um inquérito para apurar o caso, que deve ser concluído em 10 dias.
 

G1


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