Um ramalhete de flores brancas em homenagem às vítimas da
tragédia do vôo 4896. O gesto delicado contrastou com o sentimento de dor que marcou o dia de reconhecimento e liberação dos corpos das 16 pessoas mortas no acidente aéreo ocorrido na quarta-feira, em Boa Viagem. Enquanto os familiares se ocupavam com as questões burocráticas, a Polícia Civil e o Cenipa cuidavam das investigações. O trabalho da polícia deve identificar a culpabilidade pela tragédia, enquanto os funcionários da aeronáutica pretendem evitar que novos acidentes aconteçam. As informações preliminares apontam um problema na turbina como possível causa do desastre. A análise que determinará em que condições estavam as turbinas do bimotor será feita no município de São José dos Campos, em São Paulo. Os vôos da NoAr Linhas Aéreas agendados para ontem foram cancelados. O dia de hoje será de despedidas, com os enterros das primeiras vítimas liberadas pelo Instituto de Medicina Legal (IML). Os textos são de Diego Mendes; Isabella Fabrício; Priscilla Aguiar e Wellington Silva.
Sete das 16 vítimas da queda do avião bimotor da NoAr Linhas
Aéreas
foram identificadas, até o fechamento desta edição, no Instituto de Medicina Legal (IML). Quatro delas, também foram liberadas e estão sendo veladas em cemitérios do Recife e Região Metropolitana. Os enterros estão marcados para hoje. O copiloto Roberto dos Santos Gonçalves, de 60 anos, será sepultado às 9h no Cemitério Morada da Paz. Às 11h está previsto o enterro do engenheiro Marcelo Campelo, já às 14h será sepultado o pastor e gerente financeiro do Grupo Ser Educacional Ivanildo Santos, de 46 anos, ambos no Morada da Paz. A engenheira Maria da Conceição Oliveira deve ser enterrada às 15h no Cemitério de Santo Amaro. Os corpos do piloto Rivaldo Paurílio Cardoso, de 68 anos, do supervisor de frota Natan Braga da Silva, de 39 anos, e da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Antônia Fernanda Jalles, de 45 anos, também foram identificados no mesmo dia, através das impressões digitais.
A gestora do IML Joyse Breenzinckz, disse que as vítimas já
identificadas
morreram em virtude da queda da aeronave. Todos, disse ela, tiveram como causa morte o politraumatismo, com lesões de tronco e outros membros, ou seja, o óbito foi devido ao impacto da aeronave no chão. “Analisamos as queimaduras e se eles tivessem morrido devido a explosão, era diagnosticado fuligem nas vias respiratórias, o que não é o caso”, explicou. Contudo, todos sofreram queimaduras de quarto grau, sendo alguns na totalidade corporal e outros parcialmente.
A primeira vítima a ser identificada foi o copiloto Roberto
Gonçalves.
Tanto ele quanto os outros foram identificados, através das impressões digitais, procedimento chamado de papiloscopia. “Foi possível extrair as digitais de dez dos 16 corpos, o que poderá facilitar a identificação. Contudo, além da utilização das digitais coletadas, seria precoce afirmar se a qualidade do material dará condições de uso”. Dependendo do estado em que se encontram os corpos das vítimas, também será utilizada a identificação através da arcada dentária e parte das vítimas pode ser submetida a exames de DNA, que serão realizados em um laboratório da Polícia Científica de Salvador, na Bahia. Para isso foi colhido material de familiares dos passageiros e tripulantes do voo 4896.
Os seis corpos, que foram carbonizados devido a explosão,
terão de passar por exame de arcada dentária ou comprovação por DNA, com prazos mais longos para conclusão. Outros elementos, como anéis, piercings, ajudam na identificação, mas não são fatores determinantes. “O prazo para identificar os 16 corpos continua sendo o de dez dias”, asseverou a gestora.
Ainda de acordo com ela, a liberação dos corpos
identificados vai
acontecendo após a parte burocrática ser resolvida. “Assim que um corpo é liberado, comunicamos à família, para que seja providenciada a documentação necessária”. Duas vezes por dia os familiares recebem um boletim com novas informações sobre os possíveis motivos do acidente e sobre o estado dos corpos das vítimas. A gestora do IML pede que os familiares que queiram saber sobre o reconhecimento dos corpos compareçam ao Hotel Atlante Plaza, localizado na avenida Beira Mar, no bairro de Boa Viagem, e não ao Instituto de Medicina Legal. “As 11h e às 17h iremos divulgar boletins com as informações sobre caso”. Da Folha de Pernambuco |
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Dia de Adeus com os enterros dos primeiros corpos liberados pelo IML
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