segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ministro da Pesca afirma durante audiência que é possível produzir 100 toneladas

Ministro da Pesca afirma durante audiência que é possível produzir 100 toneladas de peixe em cada hectare de água continental

 Brasil precisa explorar melhor a aquicultura, dizem especialistas




Especialistas destacaram as potencialidades do Brasil para se tornar um dos pioneiros na atividade de criação de pescado (aquicultura), durante audiência pública realizada sexta-feira na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) para discutir o Plano Safra da Pesca e Aquicultura.
O ministro da Pesca, Marcelo Crivella, afirmou que o Brasil tem vocação natural para a pesca e a aquicultura por ser o país com maior reserva de água doce do mundo. Ele disse que é possível produzir 100 toneladas de peixe em cada hectare de água continental.
— O melhor pecuarista brasileiro, em um hectare, consegue produzir uma tonelada de carne de boi — disse.
O ministro explicou que grande parte dos pescadores são homens e mulheres que enfrentam dificuldades para sobreviver. Ele afirmou que a migração para a aquicultura poderia melhorar a qualidade vida dessas pessoas.
— Eles então teriam oportunidade de viver do peixe, mas com uma opção mais rentável —ressaltou.
Crivella disse que um dos objetivos do Plano Safra, lançado pela presidente Dilma Rousseff no mês passado, é oferecer uma opção a esses pescadores de águas continentais que ainda vivem na pobreza extrema.
O chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ariovaldo Luchiari, disse que o país tem biodiversidade de peixes de grande valor de mercado, entre eles o tambaqui e o pirarucu.
— A aquicultura foi o setor que mais cresceu mundialmente em 2011. Então, esse é um setor importantíssimo que representa várias vezes o complexo de soja e muitas vezes o complexo de suínos, de aves e de gado — afirmou.
Secretária de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do Ministério da Pesca, Maria Fernanda Nince Ferreira explicou que o crescimento da aquicultura é apontado como possibilidade de garantia de segurança alimentar, pois o peixe tem  proteína nobre.
— Existe um apelo no contexto internacional para que o Brasil seja um dos motores propulsores dessa produção aquícola, garantindo a sustentabilidade — afirmou.
Maria Fernanda explicou que o Plano Safra é uma ampliação de crédito com o objetivo de aumentar a produção e reduzir o preço.
— Nós temos que fazer um aumento da produção, ­garantindo assim a diminuição do preço e, em especial, a inclusão produtiva de uma faixa da população menos privilegiada — disse.
Crivella acrescentou que o Plano Safra procura incluir agricultores familiares. Ele explicou que o governo federal ambiciona oferecer para o agricultor familiar a oportunidade de produzir peixe no sistema produtivo.
— Todos aqueles produtores que hoje produzem milho, algodão, soja, verduras e já têm água na propriedade poderiam usá-la para criar peixe antes do uso no cultivo — disse.
O ministro também ressaltou a importância de o governo usar o poder de compra do Estado para incentivar o setor. Ele explicou que, no ano passado, o Programa de Aquisição  de Alimentos adquiriu 20 mil toneladas de pescado.
— Essa venda casada do produtor para o Estado é ­importantíssima para diminuir o índice de intermediação, melhorar o custo para o consumidor e melhorar o lucro da atividade do produtor — disse.
Luchiari, da Embrapa, destacou que a empresa desenvolve tecnologias buscando não só a competitividade do setor, mas também a sustentabilidade. Entre as ações desenvolvidas pela Embrapa, ele destacou a atuação na área de reprodução, nutrição e alimentação dos peixes que, garantiu, interferem diretamente na qualidade do produto. O pesquisador acredita que o investimento na capacitação setorial também é extremamente necessário.
— Se a gente desenvolver tecnologia e não tivermos pessoas capacitadas para receber e aplicar essas tecnologias, nós não conseguiremos dar impulso ao setor — afirmou.
Acir Gurgacz (PDT-RO), presidente da CRA, destacou a importância de profissionais do setor desenvolverem o associativismo e o cooperativismo para melhorar a produção e a comercialização do peixe.




Jornal do Senado

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