segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ministro insiste no “kit gay”

Ministro insiste no “kit gay”

Fernando Haddad irrita a presidente Dilma, que já havia vetado cartilha escolar com temas como a homossexualidade
Da redação
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Mesmo com o veto anterior da presidente Dilma Rousseff, o Ministério da Educação preparou uma nova versão do kit escolar, com vídeos e cartilhas sobre relações afetivas entre pessoas do mesmo sexo. Trata-se de material semelhante ao que foi apresentado no começo do ano e cuja distribuição acabou cancelada por determinação direta da presidente.


A notícia de uma nova versão surgiu na Câmara dos Deputados, em Brasília, na semana passada. Parlamentares da base aliada e da oposição afirmaram em um seminário que a pasta comandada pelo ministro Fernando Haddad, pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, havia feito uma versão alternativa do material vetado. No kit original, vídeos e cartilhas tratavam de temas como homossexualidade e bissexualidade. Em um deles, a história era de colegas de classe que rejeitavam duas meninas que namoravam. Em outro, de um transexual que lutava para ser reconhecido como mulher. E em outro, ainda,  de um menino que se apaixona por uma garota e um colega ao mesmo tempo.


De acordo com o coordenador-geral de Direitos Humanos do Ministério da Educação, Fábio Meirelles de Castro, a nova versão que estaria sendo preparada aborda apenas a diversidade sexual. “Já é um primeiro passo para a gente ter livros didáticos que respeitem a orientação afetiva sexual e que dialoguem com essa demanda do movimento para o Programa Nacional de Educação”, afirmou.


Mas, após a polêmica ser retomada, o Ministério da Educação negou que uma nova versão das cartilhas escolares estivesse sendo feita, desmentindo  as   declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) sobre a suposta intenção da pasta de criar um novo “kit gay”, mais ameno. “O kit gay não foi sepultado ainda”, chegou a dizer Bolsonaro. O Ministério, porém, creditou os rumores sobre o assunto às declarações “mentirosas” do parlamentar.


O ministério também descartou que tenha ocorrido um novo desentendimento entre Haddad e Dilma. Esse atrito teria acontecido justamente por causa da elaboração desta nova versão do “kit gay”, já que, há 6 meses, a própria presidente ordenou o cancelamento da distribuição na rede pública de ensino do País de um primeiro lote de cartilhas destinadas, segundo o MEC, à conscientização dos estudantes em relação ao preconceito.


Naquela ocasião, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou que “a presidente não gostou dos vídeos, achou o material inadequado e determinou que [ele] não circule oficialmente”.


Sobre a primeira versão do kit, o MEC disse que a distribuição não chegou mesmo a ser feita e informou que o conteúdo está sob análise do comitê de publicações da pasta.




Folha Universal





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