Ministro insiste no “kit gay”
Fernando Haddad irrita a presidente Dilma, que já havia vetado cartilha escolar com temas como a homossexualidade
redacao@folhauniversal.com.br
Mesmo com o veto anterior da presidente
Dilma Rousseff, o Ministério da Educação preparou uma nova versão do kit
escolar, com vídeos e cartilhas sobre relações afetivas entre pessoas
do mesmo sexo. Trata-se de material semelhante ao que foi apresentado no
começo do ano e cuja distribuição acabou cancelada por determinação
direta da presidente.
A
notícia de uma nova versão surgiu na Câmara dos Deputados, em Brasília,
na semana passada. Parlamentares da base aliada e da oposição afirmaram
em um seminário que a pasta comandada pelo ministro Fernando Haddad,
pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, havia feito uma versão
alternativa do material vetado. No kit original, vídeos e cartilhas
tratavam de temas como homossexualidade e bissexualidade. Em um deles, a
história era de colegas de classe que rejeitavam duas meninas que
namoravam. Em outro, de um transexual que lutava para ser reconhecido
como mulher. E em outro, ainda, de um menino que se apaixona por uma
garota e um colega ao mesmo tempo.
De acordo com o coordenador-geral de
Direitos Humanos do Ministério da Educação, Fábio Meirelles de Castro, a
nova versão que estaria sendo preparada aborda apenas a diversidade
sexual. “Já é um primeiro passo para a gente ter livros didáticos que
respeitem a orientação afetiva sexual e que dialoguem com essa demanda
do movimento para o Programa Nacional de Educação”, afirmou.
Mas, após a polêmica ser retomada, o
Ministério da Educação negou que uma nova versão das cartilhas escolares
estivesse sendo feita, desmentindo as declarações do deputado
federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) sobre a suposta intenção da pasta de
criar um novo “kit gay”, mais ameno. “O kit gay não foi sepultado
ainda”, chegou a dizer Bolsonaro. O Ministério, porém, creditou os
rumores sobre o assunto às declarações “mentirosas” do parlamentar.
O
ministério também descartou que tenha ocorrido um novo desentendimento
entre Haddad e Dilma. Esse atrito teria acontecido justamente por causa
da elaboração desta nova versão do “kit gay”, já que, há 6 meses, a
própria presidente ordenou o cancelamento da distribuição na rede
pública de ensino do País de um primeiro lote de cartilhas destinadas,
segundo o MEC, à conscientização dos estudantes em relação ao
preconceito.
Naquela ocasião, o ministro Gilberto
Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou que “a presidente
não gostou dos vídeos, achou o material inadequado e determinou que
[ele] não circule oficialmente”.
Sobre a primeira versão do kit, o MEC
disse que a distribuição não chegou mesmo a ser feita e informou que o
conteúdo está sob análise do comitê de publicações da pasta.
Folha Universal
Nenhum comentário:
Postar um comentário