Vazamento de petróleo no Rio não deve chegar à praia, diz Ibama
Camila CampanerutDo UOL Notícias, em Brasília
O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis), Curt Trennepohl, afirmou nesta
quarta-feira (23) que o vazamento de petróleo na bacia de Campos, no Rio
de Janeiro, não deve alcançar o litoral fluminense.
“A informação que tenho é que é muito remota a possibilidade de que o
óleo chegue até o litoral”, disse Trennepohl antes do início da
audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o assunto.
Veja as imagens do vazamento divulgadas pela ANP
A afirmação contraria a fala do secretário estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,
de que a mancha chegaria às praias do Rio e de São Paulo. A afirmação
de Minc foi baseada em análises feitas por técnicos da secretaria e do
próprio Ibama.
Os integrantes da audiência da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável da Câmara começaram a discutir o vazamento
por volta das 16h. Está presente na sessão o presidente da Chevron
Brasil, George Buck, que fala sobre as circunstâncias do acidente e o
andamento das medidas para limpar a área atingida.
O deputado federal Dr. Aluizio (PV-RJ) começou hoje a reunir
assinaturas para a abertura de uma CPI (comissão parlamentar de
inquérito) para apurar as responsabilidades pelo vazamento de óleo.
Para a abertura da comissão, o parlamentar precisará de, no mínimo,
171assinaturas –o equivalente a um terço do número total de deputados.
Foto 6 de 13 - 18.nov.2011 - Vista aérea do trabalho de contenção do petróleo que vazou de uma plataforma da Chevron, na bacia de Campos, há dez dias Mais Márcia Foletto/Agência O Globo
Entenda o vazamento
O acidente na bacia de Campos ocorre pelo menos desde o dia 8 deste
mês. O auge do vazamento se deu no dia 11 de novembro, quando até 600
barris de petróleo vazavam diariamente na região, depois esse percentual
foi diminuindo, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo).
O presidente da subsidiária brasileira da Chevron, George Buck,
calculou em 2,4 mil barris (381,6 mil litros) volume total de petróleo
vazado.
Compare o acidente na bacia de Campos com o vazamento no golfo do México em 2010, o pior da história dos Estados Unidos
EUA | BRASIL | |
Empresa | BP (Reino Unido) | Chevron (EUA) |
Multa | R$ 35 bilhões | R$ 50 milhões |
Litros vazados | 779 milhões | 365 mil litros* |
Multa: R$/litro | 44,9 | 136,7 |
- Fonte: Folha de S. Paulo
- * Estimativa da ANP
Os danos causados pelo vazamento só serão mensurados depois de uma
análise de dano ambiental a ser concluída apenas com o fim do derrame,
segundo informações do presidente do Ibama.
Na última segunda-feira (21), a ANP emitiu dois autos de infração
contra a Chevron: um pelo não cumprimento do “Plano de Abandono do Poço”
apresentado pela própria empresa à ANP e outro pela adulteração de
informações sobre o monitoramento do fundo do mar. Os valores das multas
serão definidos apenas ao final do processo administrativo.
No mesmo dia, o Ibama multou a empresa em R$ 50 milhões – valor máximo
estipulado com base na Lei do Óleo (nº 9.966/2000). Segundo a ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, novas multas poderão ser aplicadas
depois de análises de relatórios.
Após o vazamento, a petroleira poderá ser retaliada pela ANP e ter negado o projeto de extração de petróleo na camada pré-sal.
O delegado da Polícia Federal, Fábio Scliar, que investiga o caso,
disse que a Chevron pode ser indiciada duas vezes por crime ambiental,
caso fiquem comprovada a responsabilidade no vazamento do óleo e no uso
de técnicas, para a contenção do petróleo, que agridem o meio ambiente.
A Polícia Federal também investiga indícios de que funcionários
estrangeiros da empresa Chevron, que trabalhavam na área da perfuração
onde ocorreu o vazamento, não tinham permissão para trabalhar no Brasil.
Veja as imagens do vazamento divulgadas pela ANP
Moradores
das ilhas Faroé, no norte da Europa, promovem matança de baleias-piloto
durante o tradicional 'Grindadrap' (caça às baleias em Faroé, em
tradução livre) perto da capital do arquipélago, Torshavn. Moradores do
local, que é uma província autônoma da Dinamarca, caçam as baleias e
comem sua carne todos os anos. Eles são descendentes do povo viking e
têm a baleia-piloto como parte central de sua dieta há mais de mil anos Andrija Ilic/Reuters
Portal UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário