quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tratamento hepático inédito salva bebê na Grã-Bretanha

AFP: Tratamento hepático inédito salva bebê na Grã-Bretanha






Injeções de células foram usadas pela primeira vez para tratar um grave problema no fígado do bebê (AFP/Arquivo, Georges Gobet)

LONDRES — Médicos britânicos anunciaram ter conseguido a cura de um bebê que sofria de uma grave doença hepática que punha sua vida em risco, graças a um tratamento pioneiro, no qual células foram injetadas no abdômen da criança.

A equipe de médicos de Hospital King's College, de Londres, trataram o menino Iyaad Syed, de oito meses, injetando nele um conjunto de células, que atuou como um fígado temporário, enquanto o órgão do menino se recuperava de um danos provocadas por um vírus, noticiou a BBC esta terça-feira.



Foto © BBC

"Esta é a primeira vez que este tratamento é usado em uma criança com falência hepática aguda", declarou o professor Anil Dhawan, especialista em fígado do hospital.

"Há apenas alguns meses eu vi esta criança pela primeira vez, tão doente que precisava do suporte de diálise e de um respirador" para sobreviver, acrescentou.

"Pensamos ter dado a ele uma nova chance de vida e vê-lo agora, seis meses depois, com a função hepática quase normal, é notável", emendou.

Em circunstâncias normais, Syed seria posto em uma fila de transplantes quando seu fígado começasse a falhar, mas a expectativa agora é que mais casos possam ser curados com a nova técnica ao invés de dependerem das escassas doações de órgãos.

Na nova técnica, os médicos injetaram células hepáticas, que passaram a processar as toxinas e produzir proteínas, atuando como um fígado temporário, enquanto o órgão do menino começou a se recuperar, duas semanas depois.

As células foram quimicamente tratadas para evitar que fossem destruídas pelo sistema imunológico do menino.

O pai de Iyaad, Jahangeer, referiu-se ao filho como um "menino milagroso". Ele "é brilhante e estamos muito orgulhosos dele", completou.

O desenvolvimento desta terapia agora depende de um extenso teste clínico.

"O princípio desta nova técnica certamente é inovador e saudaremos os resultados de testes clínicos futuros para ver se este pode se tornar um tratamento padrão tanto para adultos quando para crianças", disse à BBC Andrew Langford, chefe executivo do British Liver Trust, uma organização britânica que atua no apoio a doentes hepáticos.

"Infelizmente, alcançamos um ponto de ruptura na nossa lista de transplantes no Reino Unido, onde aproximadamente 100 pessoas morrem ao ano aguardando a disponibilidade do fígado de um doador", emendou.





AFP

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