A presidente Dilma Rousseff reforçou nesta segunda-feira (25) que o governo está mobilizado para combater a inflação, que disparou nos últimos meses.
- Não haverá hipótese alguma que o governo se desmobilize diante da inflação. Todas as nossas atenções vão estar voltadas para um combate acirrado.
Dilma, porém, evitou antecipar novas medidas para frear a alta dos preços, mais aguda principalmente nos alimentos e combustíveis. A declaração foi dada à imprensa depois que ela se vacinou contra a gripe para promover a campanha nacional de imunização.
Desde o início do governo, o Banco Central vem subindo a taxa de juros, atualmente em 12% ao ano, com o objetivo de conter a oferta de crédito e assim, diminuir a pressão da alta demanda por produtos e serviços.
Importantes analistas de mercado, porém, têm visto as medidas como inócuas e já preveem que a inflação neste ano deve ultrapassar o teto da meta, de 6,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Medidas
No início deste mês, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou a possibilidade de novas medidas de combate à inflação. Ao chegar ao ministério, Mantega disse que o governo está de olho no comportamento dos preços para o consumidor. Também no início do mês ele afirmou que a economia brasileira não está superaquecida, o que leva à inflação.
O superaquecimento da economia é causado pelo aumento repentino da demanda das famílias por produtos e serviços. Se a indústria não estiver preparada para esse crescimento repentino da demanda, os preços sobem. E com inflação alta, o crescimento não se sustenta no longo prazo porque corrói o poder de compra das famílias e o próprio crescimento.
Para frear o consumo das famílias, o Banco Central já adotou duas medidas: restrições ao crédito de longo prazo, no ano passado, e aumentos seguidos na taxa Selic. Além disso, o governo decidiu cortar R$ 50 bilhões do Orçamento, o que afetou até o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Preços
Hoje o BC divulgou o boletim Focus – documento elaborado pela autoridade monetária a partir de consultas a analistas do mercado –, no qual mostrou que a projeção para a inflação neste ano voltou a subir, ficando em 6,34% - ainda mais distante do centro da meta de inflação, de 4,5%.
O centro da meta definida pelo Banco Central é de 4,5%. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, usado pelo BC para controlar a inflação), no entanto, pode variar em uma margem de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Ou seja, ela terá sido atingida se o indicador ficar entre 2,5% e 6,5%.
O desafio do governo federal neste ano será o de controlar a inflação para que o Brasil possa crescer a uma taxa entre 4% e 5% nos próximos anos. A avaliação foi feita recentemente pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Ele afirmou que a intenção é evitar que o avanço recente da inflação comprometa as conquistas da chamada "nova classe média brasileira", que ainda não estaria consolidada.
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