terça-feira, 3 de julho de 2012

Mobilidade urbana do Grande Recife interfere nas vendas, diz Fecomércio

Mobilidade urbana do Grande Recife interfere nas vendas, diz Fecomércio
Restrições na acessibilidade foram citadas por 68% dos entrevistados.
Mas segurança, chuvas e cargas tributárias são maiores problemas.

Luna MarkmanDo G1 PE
03/07/2012 06h55 - Atualizado em 03/07/2012 06h55
Engarrafamento é um dos maiores problemas de
mobilidade urbana (Foto: Vanessa Bahé/ G1)

Engarrafamento, custo de estacionamento, falta de via exclusiva para transporte público e dificuldade de carga e descarga são alguns problemas da mobilidade urbana na Região Metropolitana do Recife que estão afetando as vendas em todos os segmentos do comércio. É o que aponta a mais recente pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE), divulgada nesta segunda-feira (02).  



As restrições à mobilidade das pessoas, veículos e cargas causam algum tipo de dificuldade para quase 68% dos empresários/gerentes do Grande Recife ouvidos pelo estudo. Nos shoppings centers, o fato é sentido por quase 72% e, no comércio tradicional, por dois em cada três entrevistados.

Segundo o levantamento, os engarrafamentos afetam mais o desempenho dos shoppings centers (93,6%), assim como o custo dos estacionamentos (77,6%) e transportes (56%). Dificuldades de carga e descarga atingem mais o comércio tradicional (37,89%). Falta de vias exclusivas para transporte público (8%) e ciclovias (4,8%) são problemas menores citados pelos shoppings centers, cuja maior parte fica na capital pernambucana.
Quase 80% citaram custo dos estacionamentos
nos shoppings (Foto: Luna Markman/ G1)

"A questão da mobilidade está muito séria e difícil no Recife, e vem se agravando. Em geral, os shoppings centers são equipamentos de grande porte e procuram criar mecanismos que facilitem a entrada e saída dos consumidores. No entanto, é absolutamente necessário que o setor público invista em um transporte público mais eficiente, ou então busque parcerias com o setor privado neste sentido", falou o diretor executivo da Associação Pernambucana de Shopping Centers, Raimundo Almeida.

A vendedora Neide Guedes sente o movimento de clientes diminuir nos horários de pico no trânsito. Ela trabalha em uma loja de confecções instalada dentro de uma galeria no bairro de Parnamirim, na Zona Norte do Recife, bem próximo ao cruzamento das avenidas 17 de Agosto e Rui Barbosa, ambas com bastante fluxo de veículos.

"No engarrafamento, as pessoa passam direto pela galeria. Também temos poucas vagas de estacionamento e as ruas aqui são estreitas ou não podem parar carros. Escuto muito cliente reclamando disso", contou. Ela ainda comentou que a falta de segurança também espanta os consumidores.
Vendedora diz que clientes reclamam de
engarrafamentos (Foto: Luna Markman/ G1)

De acordo com o presidente da Fecomércio-PE, Josias Albuquerque, a pesquisa quer colocar a mobilidade urbana na pauta dos gestores públicos. "Nós queremos mostrar aos governos que esses indicadores devem ser considerados nos novos projetos, inclusive, na pauta dos candidatos [à Prefeitura do Recife, cuja eleição será este ano]. É um quadro, certamente, observado em todo o Nordeste, onde há locais que apenas crescem, e não se desenvolvem observando esse aspecto. Inclusive, em várias cidades do nosso estado, como Goiana [na Mata Norte], onde você não encontra vaga de estacionamento no centro", disse.

Outros problemas
A segurança aparece no estudo da Fecomércio como o principal problema enfrentado, superior aos de mobilidade urbana, tanto no comércio em geral quanto nos shopping centers. Há um ano, em outra pesquisa, esse quesito também ocupou o primeiro posto. As chuvas vêm logo em seguida, especialmente preocupante nas áreas de comércio tradicional.


(O Bom Dia PE do último dia 8 de maio mostrou que a CTTU iniciou fiscalização educativa para operações de carga e descarga no centro do Recife. Veja no vídeo ao lado.)

A carga tributária aparece em terceiro lugar, tanto no comércio tradicional quanto nos shoppings. E também é considerado um problema maior que a mobilidade urbana. A inadimplência, mesmo em época de dificuldades com o crédito, não preocupa muito ambos os setores.

Já os feriados são considerados por empresários/gerentes como uma dificuldade praticamente do mesmo porte da mobilidade urbana. O comércio informal é tido por todos entrevistados como relativamente importante.

Para avaliar os transtornos causados pela mobilidade urbana na área metropolitana do Recife, a Fecomércio-PE usou dados de pesquisas anteriores onde foram identificados alguns dos principais problemas enfrentados pelo varejo e pediu que os empresários/gerentes comparassem esses problemas com a mobilidade urbana.
G1

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