Remoção da próstata em cirurgia com auxílio de robô não é melhor que método tradicional, diz estudo
Resultados são similares em ambos os métodos. O
mais importante é escolher um cirurgião com experiência e que tenha
tido bons resultados
Saúde
Câncer
Células de câncer de próstata em cultura laboratorial: nem
sempre a tecnologia melhora os resultados da prostatectomia
(Parviz M. Pour/Latinstock)
A introdução das cirurgias realizadas com auxílios de robôs representa
um grande avanço para a medicina. Geralmente permitem menos perda de
sangue durante a operação e os pacientes levam menos tempo
convalescendo. No caso da prostatectomia radical com auxílio de robô
(RARP - robot-assisted radical prostatectomy, cirurgia que
remove a próstata em caso de câncer), infelizmente, os resultados
obtidos com a nova técnica não são melhores que os obtidos com a
cirurgia tradicional.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Adverse Effects of Robotic-Assisted Laparoscopic Versus Open Retropubic Radical Prostatectomy Among a Nationwide Random Sample of Medicare-Age Men
Onde foi divulgada: Journal of Clinical Oncology
Quem fez: Michael J. Barry, Patricia M. Gallagher, Jonathan S. Skinner e Floyd J. Fowler
Instituição: Hospital Geral de Massachusetts
Dados de amostragem: 685 pacientes com 65 anos ou mais que sofreram prostatectomia radical com auxílio de robô ou tradicional
Resultado: Os riscos de impotência sexual e incontinência são altos em ambos os procedimentos e não se deve esperar menos efeitos colaterais com a cirurgia robótica.
É o que diz um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology,
periódico da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. A pesquisa foi
baseada nas respostas 685 pacientes do Medicare (o seguro de saúde do
governo americano para pessoas idosas) tratados no Hospital Geral de
Massachusetts, em Boston, nos Estados Unidos. Todos tinham 65 anos ou
mais.
Deste total, 406 passaram por uma RARP e 220 pela cirurgia tradicional. De cada 10 pacientes, nove tiveram problemas moderados ou grandes de impotência sexual 14 meses após a cirurgia. E um terço disse que passou a enfrentar incontinência urinária. Os resultados foram praticamente iguais para os dois grupos, embora o grupo que passou pela RARP tenha registrado mais problemas de incontinência urinária.
Atualmente 85% das prostatectomias realizadas nos Estados Unidos são feitas com auxílio de robôs. Na prostatectomia robótica, o cirurgião controla, por meio de uma câmera, dois ou três braços robóticos que retraem a pele, cortam, cauterizam e suturam. A cirurgia tradicional remove a próstata por meio um corte no abdome.
A pesquisa motivou um editorial do Journal of Clinical Oncology afirmando que os pacientes não devem esperar melhores resultados com a cirurgia robótica. Mais do que a tecnologia, o que conta é a familiaridade do hospital com o procedimento e a experiência do médico, robótico ou não, diz o texto. O editorial afirma, no entanto, que, devido ao fato da pesquisa ter sido realizada em 2008, muitos médicos podem ter aprendido a operar melhor com o uso de robôs.
Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer, são estimados 60.180 novos casos de câncer de próstata no Brasil em 2012. Em 2009, foram registradas 12.274 mortes relacionadas à doença. Na maioria dos casos, no entanto, o câncer de próstata não cresce o suficiente para ameaçar a saúde do homem e não é operado. Três quartos dos casos ocorrem após os 65 anos de idade.
Deste total, 406 passaram por uma RARP e 220 pela cirurgia tradicional. De cada 10 pacientes, nove tiveram problemas moderados ou grandes de impotência sexual 14 meses após a cirurgia. E um terço disse que passou a enfrentar incontinência urinária. Os resultados foram praticamente iguais para os dois grupos, embora o grupo que passou pela RARP tenha registrado mais problemas de incontinência urinária.
Atualmente 85% das prostatectomias realizadas nos Estados Unidos são feitas com auxílio de robôs. Na prostatectomia robótica, o cirurgião controla, por meio de uma câmera, dois ou três braços robóticos que retraem a pele, cortam, cauterizam e suturam. A cirurgia tradicional remove a próstata por meio um corte no abdome.
A pesquisa motivou um editorial do Journal of Clinical Oncology afirmando que os pacientes não devem esperar melhores resultados com a cirurgia robótica. Mais do que a tecnologia, o que conta é a familiaridade do hospital com o procedimento e a experiência do médico, robótico ou não, diz o texto. O editorial afirma, no entanto, que, devido ao fato da pesquisa ter sido realizada em 2008, muitos médicos podem ter aprendido a operar melhor com o uso de robôs.
Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer, são estimados 60.180 novos casos de câncer de próstata no Brasil em 2012. Em 2009, foram registradas 12.274 mortes relacionadas à doença. Na maioria dos casos, no entanto, o câncer de próstata não cresce o suficiente para ameaçar a saúde do homem e não é operado. Três quartos dos casos ocorrem após os 65 anos de idade.
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