quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Agrotóxico - vendido sem procedência - alimentos contaminados - Saúde



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 Jornal Destak
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Anvisa interdita agrotóxico da Ourofino vendido sem procedência



A empresa Ourofino Agronegócios em Uberaba foi alvo de inspeção realizada por fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), onde foram encontrados agrotóxicos produzidos sem comprovação de origem da matéria-prima. A fiscalização foi feita também em outras duas fábricas de agrotóxicos, a Prentiss Química, em Campo Largo (PR), e DVA Agro, em Ituverava (SP).

De acordo com a assessoria de imprensa da Anvisa, no caso da fábrica da Ourofino em Uberaba foram interditados cerca de 230 mil kg do agrotóxico glifosato ácido e 790 mil litros do produto Sucesso BR. Isso porque os produtos eram formulados sem comprovação do fabricante de origem.

Em nota, o diretor da Anvisa, Agenor Álvares, afirma que trata-se de risco para a saúde, principalmente dos trabalhadores rurais, pois, sem comprovação de origem, não temos como assegurar que esses agrotóxicos possuem os requisitos necessários para serem utilizados na lavoura. A empresa foi notificada a apresentar os certificados de análise com a comprovação da unidade fabril de origem do produto técnico.

Conforme assessoria de imprensa da Ourofino Agronegócios, a fiscalização da Anvisa detectou a falta da procedência (fábrica de origem) de um produto da Monsanto, matéria-prima para fabricação de defensivos agrícolas, produzidos nesta unidade da Ourofino. Sendo assim, a Monsanto enviou a Ourofino uma certidão com a certificação da origem do produto e a Ourofino então protocolou este documento na Anvisa em Brasília, sob o nº 2011116961PA.

A interdição é válida por 90 dias, prazo em que os agrotóxicos interditados não podem ser comercializados. O fabricante tem 15 dias para apresentar defesa nos autos de infração.

Análise. Em nota, a Monsanto informa que já encaminhou para a empresa Ourofino Agronegócio um novo certificado de análise dos lotes de glifosato técnico, atendendo às adequações solicitadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A Ourofino protocolou o documento na Anvisa, em Brasília.

A Monsanto esclarece que o produto fornecido para a Ourofino Agronegócio está de acordo com todas as normas técnicas e que sua qualidade não foi questionada pela Anvisa. Em suas fiscalizações, a Anvisa sempre solicita o Certificado de Análises para a comprovação da qualidade do produto. Esse certificado é fornecido pela Monsanto a todos os seus clientes, entre eles a Ourofino, como parte dos nossos procedimentos de qualidade assegurada. Desta vez, durante a fiscalização realizada na unidade da Ourofino, a Anvisa solicitou que fosse incluída no documento a informação de origem, isto é, a unidade onde o produto foi fabricado.

Muito embora a legislação em vigor não especifique a obrigatoriedade de indicar a origem do produto técnico, a Monsanto decidiu rever seus processos. A partir de agora, todo certificado de análises enviado pela empresa a seus clientes incluirá a informação da unidade fabril de origem do produto, como solicitado pela Anvisa. Com esses ajustes na documentação, esperamos que a linha de produção da Ourofino volte a operar o mais rápido possível. 
 
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Agrotóxico que afeta sistema nervoso é o mais usado no país, diz Anvisa

Anvisa divulgou dados sobre 18 tipos de alimentos contaminados em 2010.

De 2.488, 28% estavam com níveis irregulares de substâncias tóxicas.
 
Do G1, em São Paulo



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta quarta-feira (7) detalhes de uma lista com os alimentos mais contaminados pelo uso de agrotóxicos no país em 2010. Segundo o levantamento, um grupo de compostos químicos conhecido como "organofosforados" está presente em mais da metade das amostras irregulares detectadas.

Essas substâncias podem destruir células musculares e comprometer o sistema nervoso, provocando problemas cardiorrespiratórios.

O levantamento foi feito pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para). Ao todo, foram estudados 18 vegetais e frutas em circulação pelo país. Nos 26 estados e no Distrito Federal, foram colhidas 2.488 amostras. Dessas, 28% (694) foram consideradas insatisfatórias para consumo.
 
 
 
Produto Total de amostras Número de amostras insatisfatórias e porcentagem
Abacaxi 122 40 (32,8%)
Alface 131 71 (54,2%)
Arroz 148 11 (7,4%)
Batata 145 0 (0)
Beterraba 144 47 (32,6%)
Cebola 131 4 (3,1%)
Cenoura 141 70 (49,6%)
Couve 144 46 (31,9%)
Feijão 153 10 (6,5%)
Laranja 148 18 (12,2%)
Maçã 146 13 (8,9%)
Mamão 148 45 (30,4%)
Manga 125 5 (4,0%)
Morango 112 71 (63,4%)
Pepino 136 78 (57,4%)
Pimentão 146 134 (91,8%)
Repolho 127 8 (6,3%)
Tomate 141 23 (16,3%)
Total 2.488 694 (27,9%)  




O cultivo do pimentão é o caso mais preocupante, com quase 92% das amostras com níveis de agrotóxicos acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O carbendazim, outra substância usada no combate a pragas, foi detectada de forma irregular em 176 amostras, 90 delas de pimentão.

A contaminação do alimento pode ocorrer tanto pela existência de agrotóxicos não autorizados para uso naquela cultura como pelo excesso das substâncias permitidas. No estudo, 47 amostras (1,9%) apresentaram ambos os problemas - inclusas 10 amostras de morango e 10 de pimentão.

O melhor desempenho foi o da batata, que apresentou bons resultados em todas as amostras coletadas. Em 2002, cerca de 22% das amostras do vegetal estavam irregulares.

Orientação agrícola
Mais da metade dos estabelecimentos que utilizaram agrotóxicos no Brasil não receberam orientação sobre os perigos do excesso de agrotóxicos. Apenas 172 mil propriedades foram instruídas sobre o tema, o que não impediu que 76,7% utilizaram agrotóxicos.

A educação pode ser uma barreira à instrução sobre o perigo já que mais de 80% dos proprietários rurais no país são analfabetos ou sabem apenas ler e escrever - frequentaram a escola, no máximo, até o ensino fundamental.



G1




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